Cittarium pica

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaCittarium pica
Cinco vistas de C. pica.
Cinco vistas de C. pica.
Vista inferior de C. pica, com seu umbílico e calo umbilical visíveis.
Vista inferior de C. pica, com seu umbílico e calo umbilical visíveis.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Clado: Vetigastropoda
Classe: Gastropoda
Superfamília: Trochoidea
Família: Tegulidae
Género: Cittarium
Philippi, 1847[1]
Espécie: C. pica
Nome binomial
Cittarium pica
(Linnaeus, 1758)[1]
Distribuição geográfica
A região litorânea do Caribe e golfo do México (na imagem) é o habitat da espécie C. pica.[2]
Sinónimos
Trochus pica Linnaeus, 1758
Livona pica (Linnaeus, 1758)[1]

Cittarium pica (denominado, em inglês, West Indian topshell,[3] magpie snail,[4] magpie shell, wilke ou whelk;[5] em outros idiomas da América Latina por quigua,[6] burgao e cahaba;[5] em Portugal, denominada troque-pêga)[7] é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Tegulidae[1] (antes entre os Trochidae).[3] Foi classificada por Linnaeus, em 1758, na obra Systema Naturae, sendo a única espécie de seu gênero (táxon monotípico). É nativa da costa oeste do oceano Atlântico, na região litorânea do Caribe e golfo do México.[1][2][8] O animal é utilizado como alimento.[3][8]

Descrição da concha e hábitos[editar | editar código-fonte]

Concha cônica,[9] globosa, sólida e pesada,[10] com até pouco mais de 10 centímetros, quando desenvolvida.[11] Possui forma de turbante, com sua superfície irregular e áspera, de coloração negra com desenhos marmoreados em branco,[5][12] e com um umbílico profundo. Columela lisa, com um calo pesado em torno de metade do umbílico e com um entalhe em seu meio. Interior fortemente nacarado.[10] Opérculo córneo, marrom, dotado de círculos concêntricos como relevo.[4][11] Espécimes mais jovens são, em sua maioria, brancos, mas podem ter uma coloração verde amarelada devido à coloração das Cyanobacteria que os recobrem.[9][1][2]

É encontrada em águas rasas e sobre as rochas da zona entremarés, onde são submetidas à ação das ondas, e zona nerítica; principalmente em áreas com algas, pois é espécie herbívora.[9] Também é um animal detritívoro, comendo diatomáceas, detritos orgânicos, areia, espículas e detritos calcários. Sua rádula, de morfologia única, apresenta grande número de dentes laterais, em comparação com outros gastrópodes aparentados.[13] Não é encontrada em água salobra, como a de manguezais; no entanto não se sabe se esta não ocorrência está relacionada com a diferença de salinidade da água, sua turbidez ou a falta de ação das ondas no ambiente.[9]

Distribuição geográfica e consumo[editar | editar código-fonte]

Esta espécie ocorre no Mar do Caribe, Pequenas Antilhas e Golfo do México, em Belize, Aruba, Curaçao, Bonaire, México, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela, Cuba, Jamaica, Bahamas, Ilhas Cayman e Porto Rico.[1] Na Flórida e nas Bermudas foram encontradas conchas fósseis, com uma tentativa malsucedida de reintroduzir a espécie em Bermudas;[9] sendo a sua ocorrência, nestes locais, apenas esporádica.[8] É utilizada como alimento, em sopas,[3] sendo o segundo molusco de maior importância econômica no Caribe, após Aliger gigas,[9] e o terceiro Invertebrado, após A. gigas e a lagosta Panulirus argus.[13] Em áreas onde a sua procura é frequente, a probabilidade de encontrar exemplares é muito baixa.[9]

Galeria de imagens[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f «Cittarium pica (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 23 de maio de 2016 
  2. a b «Cittarium pica (Linnaeus, 1758) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 23 de maio de 2016 
  3. a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 34. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  4. a b John, James St. (4 de janeiro de 2016). «Cittarium pica (magpie snail) 2» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  5. a b c Verzo, Roberto (10 de julho de 2011). «Cittarium pica (1)» (em inglês). Flickr (Wayback Machine). 1 páginas. Consultado em 23 de maio de 2016 
  6. Castillo, Simón; Castillo, Julio. «Cittarium pica Linnaeus, 1758» (em espanhol). Biodiversidad Marina del Estado Miranda (Wayback Machine). 1 páginas. Consultado em 23 de maio de 2016 
  7. Ferreira, Franclim F. (2002–2004). «Conchas». FEUP. 1 páginas. Consultado em 13 de junho de 2020. Arquivado do original em 7 de outubro de 2020 
  8. a b c Robertson, Robert (dezembro de 2003). «The Edible West Indian "Whelk" Cittarium pica (Gastropoda: Trochidae): Natural History with New Observations» (em inglês). Proceedings of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia Vol. 153. pp. 27–47. Consultado em 23 de maio de 2016 
  9. a b c d e f g Samlal, Vandhana (2015). «Cittarium pica (West Indian Topshell)» (PDF) (em inglês). The Online Guide to the Animals of Trinidad and Tobago (Wayback Machine). pp. 1–4. Consultado em 23 de maio de 2016 
  10. a b OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 34. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9 
  11. a b «Cittarium pica» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 23 de maio de 2016. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  12. Verzo, Roberto (10 de julho de 2011). «Cittarium pica (2)» (em inglês). Flickr (Wayback Machine). 1 páginas. Consultado em 23 de maio de 2016 
  13. a b Sartwell, Tim; Wood, James B.; Valdivia, Abel. «West Indian Top Shell (Cittarium pica (em inglês). Marine Invertebrates of Bermuda. 1 páginas. Consultado em 23 de maio de 2016